Retrospectiva 2016: o ano que durará 20 anos
O ano de 2016 se encerra na próxima semana, mas os seus reflexos negativos tendem a durar pelos próximos 20 anos graças à ruptura institucional, que gerará impactos profundos na nossa democracia pelos próximos anos e a aprovação da PEC 241 – 55 que limita os gastos primários do Governo Federal pelas próximas duas décadas
O ano de 2016 é um ano em que os brasileiros pretendem esquecer tanto no aspecto político quanto no social. Os indicadores desse ano apresentam dados negativos em praticamente todos os aspectos ligados ao social e que dependem de decisões políticas. Fora isso, tivemos tragédias ocorridas no país como o caso da Chapecoense, tomada do poder por parte de um grupo que representa apenas interesses das classes mais favorecidas e comprovadamente corruptos, talvez o grupo político mais corrupto que o Brasil possui está dominando neste momento o Legislativo e o Executivo. O Judiciário também mostrou a sua cara, não defendendo a democracia, se tornando mais político do que qualquer outra coisa e lutando para manter os seus benefícios como se estivessem fora das regras sociais e constitucionais, que definem que ninguém deve ganhar mais do que um Ministro do STF – Supremo Tribunal Federal. Ou o Brasil de 2016 está pior do que o dos anos anteriores ou nesse ano descobrimos a verdadeira cara do Brasil?
As duas afirmações se complementam e acabam que possuem um pouco de verdade. A sociedade brasileira, certamente após as últimas eleições, ficou muito mal representada. Os representantes do povo no Legislativo são os mais conservadores desde a ditadura militar, bem como suas características são as mais divergentes possíveis das representações populares do Brasil, com um número gigantesco de multimilionários, formado na maioria por brancos, idosos, quase coronéis em suas regiões, defensores dos financiadores de campanha por meio de compra de projetos legislativos de interesse dos empresários em detrimento dos interesses populares, conforme demonstram as investigações da Lava Jato.