O governo tende a ser breve, mas os estragos serão permanentes
Os indicadores dos primeiros seis meses de governo Michel Temer são os piores possíveis, altos índices de desemprego, queda na atividade econômica industrial, do comércio e de serviços, queda na expectativa do PIB para os anos de 2016 e 2017, além de queda brusca na arrecadação federal
Os defensores da mudança de governo, de Dilma para Temer, diziam que o governo e os indicadores econômicos não poderiam piorar após a mudança. Entretanto, isso não se concretizou. Com seis meses de governo Michel Temer, praticamente todos os indicadores econômicos e sociais pioraram no período de governo e nas projeções para o futuro.
O governo não tomou medidas estruturantes para o aquecimento da economia e do crescimento do PIB Nacional e focou os seus esforços na redução de recursos aplicados pelo Estado para atendimento da população. Essas ações tendem a tirar ainda mais recursos do mercado produtivo e consequentemente reduzir ainda mais a atividade econômica, causando queda na demanda e mais desemprego.
Os altos níveis de desemprego e desocupação que são recorde histórico, atualmente mais de 22 milhões de pessoas desocupadas no Brasil, tem gerado uma queda na demanda por produtos no mercado, já que uma pessoa desempregada não tem recursos para comprar e movimentar a economia. Esse fator é um dos grandes responsáveis pela queda no PIB em todas às áreas - indústria, comércio e serviços. As expectativas do PIB para este e para o ano que vem só pioram a cada projeção feita pelo mercado, IBGE e pelo Banco Central. Essa piora dos índices econômicos são reflexo da falta de ação governamental visando ao aumento de demanda e aquecimento do mercado produtivo, que só ocorre quando o Estado aplica recursos na economia, pricipalmente, em obras de infraestrutura e construção civil. Nos primeiros meses de governo o novo presidente tomou medidas visando atender ao mercado especulativo que consiste, basicamente, na redução de investimentos do governo federal em todas as áreas sociais, incluindo investimentos, na contramão das necessidades momentâneas do Estado para a retomada do crescimento.